5. À GUISA DE CONCLUSÃO:
EMILIANO PERNETA É UM BOM POETA?
Uma
vez concluído este passeio pelos caminhos da obra poética de EP, resta agora
examinar, ainda que rapidamente, como essa poesia foi vista por diversos
estudiosos da nossa literatura, avaliando a justeza ou não de suas opiniões, à
luz da leitura atenta que fizemos dos poemas. Embora seja verdade que a melhor
maneira de se avaliar um poeta seja o contato direto com os seus versos, também
é verdade que a crítica pode ser iluminadora e auxiliar na formulação de um
julgamento pessoal sobre ele.
Em
junho de 1946, a revista “Joaquim” (número 3) publicou um artigo intitulado “Emiliano, poeta
medíocre”, em
que Dalton Trevisan, então com 21 anos e diretor-proprietário daquela revista,
negava qualquer valor à poesia de EP, contestando frontalmente a opinião
consensual do nosso meio literário.
O artigo reagia ao movimento em curso naqueles anos, promovido pelos
admiradores de EP, destinado a revalorizá-lo e projetá-lo nacionalmente. Em
1945 publicam-se os dois volumes das “Poesias Completas” pelo editor Zélio
Valverde, do Rio de Janeiro, e em Curitiba Gerpa-Grupo Editor Renascimento do Paraná
publica “Emiliano”, um refinado ensaio de Erasmo
Pilotto sobre o poeta, e a “Prosa”
de EP, compilada pelo mesmo Erasmo, que aliás fora convidado pelo jovem Dalton para auxiliá-lo na direção de
“Joaquim”.
Erasmo, em seu estudo,
considera EP “um poeta imenso” (p.23). Para ele, após o lançamento de “Ilusão”
(1911), EP “é um poeta novo dentro do Brasil, uma nova vibração”. O livro continha “uma poesia
que ainda não se tinha ouvido entre nós, assim tão clara, tão dionisíaca, tão
luminosa, tão intensa, tão fresca e tão alada” (p.139) 1.
O
artigo de Dalton Trevisan foi republicado, com alterações, cinco anos
mais tarde no jornal “Gazeta do Povo”, edição de 17 de junho de 1951,
com o título “Emiliano, poeta perneta”, de onde extraio as citações abaixo (as
alterações realizadas revelam uma opinião mais desfavorável com relação
ao poeta).
Para Dalton, a “mística de
Emiliano” aqui
existente era um equívoco. E a geração daqueles moços de então não queria
nutrir-se de equívocos que a afastassem “da rua dos homens”. Para ele, a poesia
de EP é artificial, falsa, “uma poesia de casinha de chocolate, onde quem
passa a língua sente o gosto amargo da mentira”. Em sua opinião, Emiliano não fez “poesia
essencial”.
Situa-se “nos antípodas da verdadeira poesia e cujos versos chinfrins mais nos
distanciam do coração quente da vida. Os seus temas, sem nenhum sentido
ecumênico, são artificiais como florinhas coloridas de papel/.../” Em outra passagem, Dalton fala das suas “imagens do
dicionário grego-latino”. Para ele, EP era homem ressentido que “escreveu versos não para
trazer uma nova luz ao coração dos homens” e sim para se vingar do mundo./.../ De
uma inspiração rasa como capim /.../ quando ia atrás da luz do sol fechava as
janelas e acendia um fósforo. Falta céu e amor na sua poesia” etc
À parte os possíveis méritos que a
atitude do jovem iconoclasta poderia conter, rompendo com o passado para dar
lugar à modernidade na literatura paranaense, ela teve pelo menos uma
consequência negativa: a de levar as novas gerações a menosprezar a obra de um poeta que vale a pena
ser lido e estudado, não só por ser nosso -- refletindo, à sua maneira, o modo
de pensar e de sentir do nosso meio social -- mas por ter composto alguns
poemas realmente notáveis, tais como os que são indicados no final deste
capítulo. A maior demonstração daquela consequência negativa reside no fato de
que a nossa produção universitária manteve-se alheia ao debate sobre a
qualidade da poesia de EP, um assunto tão pertinente à sua área de Letras... E
outra demonstração é o fato de que passou em branca nuvem, em 2011, o
centenário do lançamento de “Ilusão”...
Trevisan, com o passar do
tempo, tornou-se um escritor de prestígio nacional, e devido à opinião crítica
dele -- embora meramente impressionista -- muitos devem ter descartado “in
limine” a obra de EP, dando por resolvida uma questão sobre a qual não há
consenso entre os nossos melhores escritores. Afinal, Emiliano Perneta é, ou
não é, um bom poeta?
*
Além de Dalton, cuja opinião
é analisada mais adiante, também se manifestou contra a poesia de EP Otto
Maria Carpeaux (que foi colaborador de “Joaquim”). Carpeaux afirma, na
“Pequena Bibliografia Crítica da Literatura Brasileira”, que Emiliano “não
conseguiu vencer os preconceitos parnasianos. Mas os esforços de reabilitação,
da parte de seus conterrâneos paranaenses, tampouco convenceram até hoje os de
fora” 2. A primeira edição desse
livro é de 1949, e de lá para cá “os de fora” têm se convencido da importância
de EP (tanto é assim que seu nome vem aparecendo com destaque nas histórias
literárias e antologias), dando-lhe atenção certamente maior do que “os de
dentro”. Dentre os “conterrâneos paranaenses” mencionados por Carpeaux
salientam-se Andrade Muricy (ex-aluno de EP no Ginásio Paranaense, que já em
1919 publicara, no Rio, um estudo sobre ele) e Tasso da Silveira (afilhado de
EP, filho de Silveira Neto), ambos líderes da corrente espiritualista do
Modernismo Brasileiro, da qual a revista “Festa” que eles publicavam era
porta-voz, corrente a que também pertenceu Cecília Meireles.
Manuel Bandeira, na introdução à “Antologia
dos Poetas Brasileiros da Fase Simbolista” diz o seguinte:
Esse
‘nefelibatismo’ não deu para anular a força poética genial de Cruz e Sousa nem
a rara sensibilidade, o raro talento verbal de Alphonsus de Guimaraens; os
menores, porém, foram por ele grandemente sacrificados. Notadamente, Emiliano
Perneta e Dario Veloso. Ouso dizer que se nesta antologia eu não atendesse
senão ao meu gosto pessoal, não os incluiria nela. Mas como omitir dois nomes
que, com Silveira Neto e Nestor Victor, foram os principais
organizadores,construtores do movimento simbolista no Brasil? 3
Questão de gosto à parte, Bandeira só considerou o EP “simbolista”, coerente com o seu
propósito de preparar aquela Antologia, e sabemos que apenas uns vinte poemas
dos cento e tantos de “Ilusão” são “cabalmente simbolistas”, como afirmou
Andrade Muricy 4, reconhecida autoridade no assunto. “Ilusão”
(que abrange poemas elaborados, em sua maioria, entre 1897 e 1911) é
esteticamente eclético – o que foi salientado por Massaud Moisés, Heitor
Martins e outros -- e reflete a evolução por que passou a sensibilidade do
poeta. Além disso, deve-se salientar que Bandeira reconhece pelo menos a
importância histórica de EP, o que por si só já é motivo para que lhe
dediquemos maior atenção.
Agrippino Grieco ficou numa posição intermediária:
Será lícito incluir Emiliano Perneta
entre os simbolistas: Sim, e, ao lado de Silveira Neto, entre os mais
interessantes do país. Sua obra é rica em aspectos sugestivos, embora não
afirme um temperamento poético de extrema originalidade. 5
Curiosamente, essa opinião do
escritor católico não é compartilhada pelos seus colegas Andrade Muricy e Tasso
da Silveira, que fizeram a mesma opção religiosa.
*
Outros críticos,
entretanto, tiveram opinião bem mais favorável sobre a poesia de EP. Começando
por Nestor Vítor, o crítico do simbolismo brasileiro assim se manifestou
sobre o poeta, quando do lançamento de “Ilusão”:
/.../
só este livro que acaba de chegar-nos /.../ é que dá perfeita idéia do valor
que representa a individualidade esquisita (no
sentido de “exquis”, do francês- DVE), amorável verdadeiramente para
poucos, é possível, mas forte, mas extraordinária, de Emiliano Perneta.
/.../
uma caudal de belíssimos versos, dos quais muitos constituem breves, mas fortes
poemas de intensidade que acalora, afogueia, eletriza e de um acabamento que só
os grandes artistas conseguem.
/.../
recomendar o novo livro em que se afirma definitivamente, se antes dele já se
não afirmara, a existência de um poeta
insigne entre os insignes poetas do Brasil. 6
Quando do falecimento do
poeta em 1921, Nestor Vítor fez uma avaliação geral de sua obra:
Emiliano
Perneta foi justamente o contrário do tipo que se pode considerar como o de um
poeta regional. Os característicos essenciais de sua arte, a princípio
aristocrática e pagã, ao mesmo tempo que espiritual e mórbida, como a dos mais
significativos decadentes e simbolistas franceses, depois neo-romântica, como a
dos que destes procederam também em França, tais características nem mesmo
permitem considerarmo-lo em correspondência bem exata com o espírito nacional
no tempo em que viveu. /.../ Havia nele muito de um Rubén Darío – de
refinado, de artificial, de extravagante, de cosmopolita /.../ 7
Dos diversos estudos de Andrade Muricy sobre a poesia de EP,
destaquem-se as seguintes opiniões sobre a singularidade de seu “simbolismo”, e
a sua técnica:
A poesia de Emiliano Perneta é a
mais desconcertante e variada que o simbolismo produziu entre nós. Não aceitou
o verso livre, mas, por instinto constitucional, por inquietação, repeliu os
cânones parnasianos. Depõe Nestor Vítor: ‘A maior novidade material, entretanto, que nestes
versos se encontra é uma só: são os alexandrinos sem hemistíquio, ou antes com
a cesura deslocada da sexta sílaba, e por
jeito a poderem ser divididos em
três partes’. (Op. cit, p. 294). E exemplifica. Acrescento que foram também elementos característicos
da sua técnica os seus modismos e tiques personalíssimos, nervosos,
insopitáveis, a sua desigualdade de gosto, e uma como nervosidade impaciente
que os paraísos artificiais agravaram.8
Detidamente estudado, como se impõe
fazê-lo, revela-se Emiliano Perneta o mais variado e, também, o mais irregular
dos simbolistas brasileiros, batendo em teclas dum pitoresco diverso, graves,
trágicas, outras deliberadamente histriônicas. A sua obra está cheia de
elementos por vezes mal fundidos, e gritantes, do Decadentismo. Entretanto,
pôde renunciar, até certo ponto, ao artificial, ao factício, ao preciosismo,
nos seus últimos tempos/.../ 9
O poeta Tasso da Silveira enfatiza a originalidade de EP,
argumentando que ele não foi mero reflexo do simbolismo francês (ao contrário
do que pensa Dalton Trevisan):
Tem sido tendência constante da
crítica considerar Emiliano flor exótica na literatura nacional, -- antes
produto da inquietação “fin de siècle” que caracterizou o simbolismo francês,
do que floração da nossa terra, expressão pura e límpida do sentimento
brasileiro. Na verdade, foi da estética simbolista que Emiliano recebeu o maior
impulso à realização da sua individualidade artística. Não constituiu, porém,
simples reflexo do movimento estrangeiro: achou nele sua completação, a fórmula
a que maravilhosamente se adaptaria seu modo de ser inconfundível. São coisas
diferentes, convenhamos. Dominando e vencendo o influxo recebido, há a sua
potente originalidade, o ímpeto ardoroso do seu temperamento privilegiado. E há
ainda a feição diferenciadora que só a nossa atmosfera lhe poderia dar, e que
uma análise percuciente porá em relevo sem dificuldade. 10
Entre seus poemas, quase nenhum se
conta, é verdade, de assunto propositadamente nacional. Não havia nele a
estreita nota regionalista. Não tentou fazer nossa epopéia, nem cantou
diretamente os nomes, os fatos e os lugares de nossa história e nossa lenda.
Mas o sentimento de que fez a tessitura admirável de seus versos – é
brasileiro. A paisagem que descreve ou sugere, a natureza que em suas estrofes
palpita, portentosa e suave, lírica e épica ao mesmo tempo, -- é brasileira. O
ardor moço, o ímpeto heróico e generoso de seu espírito que conservou a
juvenilidade e a frescura até os últimos momentos, -- é integralmente
brasileiro.
Entre os seus pares, e ao
tempo em que viveu, Emiliano foi certamente dos maiores /.../” 11
/.../ nessa obra, tão
vivamente tocada da poesia dos mestres
simbolistas de França, se extravasam, no
entanto, um temperamento particularíssimo, que em nada se parece com o de Verlaine,
com o de Mallarmé, com o de Rimbaud; a aventura de uma vida perfeitamente
individuada de homem, que nada tem com a aventura mallarmeana, ou verlaineana,
ou rimbeauesca; uma paisagem, um ambiente, um clima inteiramente diversos do
ambiente, do clima, da paisagem da França daqueles Mestres; certos acentos
nascidos de fundo rácico, e que nenhuma afinidade apresentam com os acentos da
mesma origem que possamos notar em “L’après midi d’um Faune”, ou em “Sagesse”,
ou em “Les Illuminations”; e, por tudo isto, uma cadência, um ritmo, uma
música, que, por sob as cadências e ritmos de empréstimo,fluem em contracanto
delicioso,de redivivo e perpétuo frescor 12
Para Temístocles
Linhares, em “Interrogações” (3a. série), a poesia de EP é “/.../
poesia que atrai e envolve pela bizarria, pela riqueza de imagens, pelo ímpeto,
pelo nervosismo expressional, pela rara e requintada estesia.” (p.108).
Considera-o “grande poeta” (p.116). Temístocles contrapõe ao EP místico (o dos
últimos poemas de “Setembro”) o EP anterior,
mais enlaçado à nossa vida e cujo estado de inquietação diante das
coisas do mundo, de insatisfação e angústia, de ressentimento psicológico, era
o de Emiliano do tempo do simbolismo, o do Emiliano poeta muito pouco
conhecido; com alguma coisa a ameaçá-lo, paranaense por excelência, poeta do
planalto curitibano /.../
Para
Temístocles, “o simbolismo
no Paraná teve feições características e bem concordantes com a sua psicologia
social, com a paisagem tantas vezes européia que nos circunda/.../” (p.110). Considera EP “Poeta
difícil para as sensibilidades vulgares, mas ao qual os paranaenses se sentem
ligados por afinidades sutis.” (p.127) 13
Uma dessas “afinidades
sutis” poderia residir no elogio da solidão que EP faz reiteradamente,
expressando assim a psicologia do homem do planalto curitibano, mais
introspectivo do que o brasileiro de outras regiões, como por exemplo o baiano
ou o carioca.
Além da
vinculação de EP ao seu meio social, vale a pena destacar também, na opinião de
Temístocles, a primeira parte da última sentença citada--“Poeta
difícil para as sensibilidades vulgares”. Com essa afirmação, ele está
ratificando Nestor Vítor, que considera possível o poeta de “Ilusão” ser “verdadeiramente
para poucos”. Também Ronald de Carvalho salientou esse aspecto quando
escreveu:
A poesia do
Sr. Emiliano Perneta não é, e creio nunca chegará a ser, popular no Brasil. O
ardente poeta paranaense só poderá ser compreendido pelos homens de cultura,
pelas inteligências que já tenham feito a volta das idéias e dos sentimentos
refinados da civilização contemporânea. Sua arte, no que tem de mais
significativa, possui aquela simplicidade de requinte que os gregos reputavam o
maior dom do espírito criador./.../14
Antes que
essa obra poética seja acusada de elitista, devo dizer que a boa poesia
frequentemente exige, por parte do leitor, um esforço intelectual para a sua
completa apreensão, e desfrute estético. Isto é inclusive mais verdadeiro hoje,
com relação a certo tipo de poesia vigente, em que predomina o caráter cerebral
e hermético ... No caso de EP, quem incorrerá nesse esforço, e dará uma chance
à obra de EP, se ela for “in limine”
considerada “medíocre” e descartada pelo “argumento de autoridade”?...
Péricles
Eugênio da Silva Ramos acha que EP pode “figurar,
sem favor, entre os nossos mais típicos e notáveis decadentes e simbolistas”.15
Massaud Moisés afirma
que EP “conseguiu criar poesia de superior
beleza, dentre as mais bem acabadas de todo o nosso movimento simbolista”16 O ensaísta também refere-se ao ecletismo
estético de EP:
Assim, guardou-se pessoal, único, sem apoiar-se em
parnasianismos apoéticos ou em vaguidades fáceis; ao contrário, explorou a
riqueza formal do Parnasianismo e do Simbolismo naquilo em que não atentasse
contra seu peculiar modo de ver o mundo e os homens. Equilíbrio, o equilíbrio
das obras terminadas, marca-lhe a poesia de “Ilusão”17
Moisés compara a poesia de
“Ilusão” à do poeta português Gomes Leal, pois ambos
aderiram
assimilativamente às mais desencontradas tendências poéticas do fim do século
XIX, e caldearam-nas com sua especial
sensibilidade de sonhador e esteta, sempre aberta em todas as direções de onde
proviesse a Beleza. 18
Alfredo Bosi contradiz Manuel Bandeira ao
afirmar que
Os
sestros da escola, apesar de numerosos, não abafaram em Emiliano Perneta a nota
pessoal, expressionista, de homem arrastado pelo desejo intenso de conhecer o
próprio fim; “cupio dissolvi” que deixou marcas indeléveis em alguns de seus
melhores poemas: “Azar”, em que reveste o mito judaico de Aasverus com a imagem
do cavaleiro que corre pregando a Morte; “Fogo sagrado”, sonetilho de
octossílabos de ritmo encantatório, e /.../ “Corre mais que uma vela”, síntese
das suas ânsias de autodestruição /.../
A
poesia de Emiliano Perneta, lida e valorizada por poucos, espera um estudo
analítico à sua altura. 19
O crítico Wilson Martins
assim avalia o nosso poeta:
O
seu grande mérito, a sua qualidade, e alta qualidade, de poeta, não consistiram em ser simbolista/.../, mas em
haver acrescentado ao simbolismo uma nova dimensão, ou, se quisermos, em haver
rompido as fórmulas estreitas, mecânicas e convencionais em que havia se
anquilosado.
Ele
proporciona, antes de mais nada, à poesia algo clorótica da escola uma vibração
emocional, um calor humano, uma vitalidade impetuosa de expressão que, é
preciso dizê-lo, não se encontram nem em Cruz e Sousa, nem em Alphonsus de
Guimaraens, nem, bem entendido, nos menores; mau “parnasiano”, /.../ ele, se
não criou, pelo menos anexou o poema longo composto de dísticos com forte
batida rítmica e emocional (sendo, por outro lado, geralmente mais fraco no
soneto e, não raro, na metrificação); por outro lado, a mitologia grega lhe
fornece /.../ o episódio humano cuja poesia ele sabe identificar como ninguém;
acrescente-se, em paralelo, que a sua Idade Média não é um medievalismo de
fancaria e manual, mas o drama arcaico, a música de um passado irrecuperável,
cujo sentido profundo se perde com
freqüência nas vertiginosas associações de idéias, palavras e sentimentos
(como, por exemplo, em “Azar”), mas que, por isso mesmo, conserva todo o seu
contingente original de hierático mistério. O poema que recitou na cerimônia de
coroação (“Para que todos que eu amo sejam felizes”) é um dos mais belos de nossa
literatura, e poucos haverá mais belos, de mais pungente e harmoniosa beleza,
do que “Sombra”. Lembrem-se, ainda, alguns dos seus versos lapidares: “Inda
sonha, inda crê, inda deseja e espera!...” (“Quando um poeta nasceu...”), ou:
“Senhor, vamos rezar pelos que são felizes!” (“Para os que se amam”) 20
José Guilherme Merquior considera EP, junto com
B.Lopes, os dois destaques do decadentismo brasileiro, e não propriamente do
nosso simbolismo:
O
outro “decadente” de real interesse da lírica “fin de siècle” foi /.../
Emiliano Davi Perneta /.../. De seus volumes de versos, somente “Ilusão”,
tardiamente publicado em 1911, se impôs à atenção da crítica nacional. /.../
Cultor da torre de marfim e do “odi profanum vulgus”, Perneta é antes de tudo
um bom lírico erótico /.../ E um praticante não raro feliz da imagem fantasista
(liberdade bem “decadente”) /.../
Mas
quando o decadente procura converter-se à espiritualidade simbolista, Perneta
resvala para a teatralidade do “sublime” kitsch – por isso mesmo condenada a
cair no goto dos declamadores pré-modernistas –21
*
Concentrando-me
agora na crítica de Dalton -- porque é aí onde a opinião contrária à poesia de
EP se encontra exposta de forma mais sistematizada --,em primeiro lugar ela é
condenada porque seria desligada da vida, “da rua dos homens”, distante do “coração
quente da vida”.
Ela seria elitista, “torre de marfim”, anti-humanista, em suma. EP, de fato, se
orgulha em buscar isolar-se da “multidão”, i.e. dos “bárbaros” -- habitantes de
Curitiba, de Minas Gerais (onde morou por um certo tempo) ou de qualquer outro
lugar. Mas quem são os “bárbaros” para ele? São os indivíduos, pertencentes a
qualquer classe social, não movidos pelo ideal, pela busca do bem e do belo,
objetivo único do cavaleiro-artista empenhado no “bom combate”... Não será
então uma atitude humanista criticar tais indivíduos, que vivem em condição
degradada, aquém do seu potencial humano, chafurdando no “lodo” da vida
mesquinha (voltada para a busca do dinheiro e do poder), sem aspirar às
“estrelas”...? E o fato de EP demonstrar
a maior simpatia pelas pessoas humildes, elogiando a vida simples da aldeia
“(cf. “Solidão” I a V) e o trabalho do lavrador (na serena “Oração da noite” --
que Brasílio Itiberê II musicou -- ou no belo poema “Setembro”), não o aproxima
do “coração dos homens”?
Relativamente
ao artificialismo de sua poesia, a questão se relaciona à concepção estética
adotada. De fato, ele é considerado por Nestor Vítor, conforme a citação acima,
“refinado”, “artificial”,
sem qualquer caráter depreciativo. O artista, para EP, deve buscar
conscientemente o artifício (“Ars artificium est”).
Para ele, como escreveu em “Alegoria” (de 1903), o ideal “é que a beleza fosse, mas como um astro, que vivesse
da sua própria luz. Assim, uma estátua nunca era bela, porque se parecesse com
Laís, mas Laís é que poderia ser bela, por parecer-se com uma estátua”.
O artista busca a Beleza, que “não é mais do que
uma Ilusão!”. O objeto de sua atividade criadora é produzir, com as
palavras, determinados efeitos na sensibilidade do ouvinte/leitor. Em
decorrência dessa concepção, ou filtrada por ela, a paisagem e o homem da nossa
terra não aparecem explicitamente nos poemas (com a única exceção do soneto
“Iguaçu”). Aparecem transfigurados, transpostos para outra realidade, normalmente
a da mitologia greco-latina... O fato de ser artificial não exclui a verdade,
na poesia. É o que ocorre quando EP usa o artifício da mitologia. Quando
aborda, com muita vivacidade, os temas e personagens mitológicos (sem nada de “ranço clássico”, como assinalou Péricles
Eugênio da Silva Ramos), ele está incorporando, em sua poesia, a verdade que o
mito encerra. De qualquer forma, se
considerarmos a cronologia dos poemas, como quer Cassiana Lacerda,22 verificaremos uma evolução no sentido do
maior despojamento formal, e do menor artifício, à medida que o tempo
passa...embora se acentue o caráter religioso, ou cristão, dessa poesia, o que
também contribui para a sua rejeição, por parte de quem não compartilha da
visão de mundo idealista de seu autor.
Mas se isso for motivo para desqualificar um poeta, Dante – o maior de todos
--, também o seria...
É
falso dizer que a poesia de EP é sombria, que o poeta é um ressentido contra o
mundo e não oferece perspectivas ao leitor, especialmente aos jovens, os quais
“em
vez de trilhar seu caminho fechado” deveriam tomar “as estradas alegradas de sol”. Também Bosi refere-se ao “cupio
dissolvi” de EP,
para ele um poeta tomado pelo desejo intenso de conhecer o próprio fim. Porém,
o desejo intenso de EP não é o de morrer, e sim, como o de todo espiritualista,
o de integrar-se ao “outro mundo”, que seria a
“pátria verdadeira” para o exilado neste mundo. Como disse Tasso da
Silveira, EP é “poeta de evasão”, mas não “de consumpção”...:
/.../ ele
foi preeminentemente um poeta de evasão, do desejo inquieto, da ânsia de ir
embora ‘seja para onde for’. Em nenhum momento de sua atividade criadora, houve
uma coisa que ele nunca foi: um poeta de consumpção, ou seja, um fascinado pela
idéia de morrer, um desalentado, um trânsfuga. 23
É verdade que o “tédio” está
presente nos poemas, decorrência do descontentamento com o mundo dominado pelos
bárbaros e da ânsia pela “pátria verdadeira”. Mas o poeta indica saídas (meios
de evasão) para superar tal estado, dentre as quais se destacam a dedicação à
arte ou ao ideal (“o sonho”) e o amor sensual, que subordina, inclusive, o
desejo de viajar (de morrer), outro meio de superá-lo.
Assim, não procede a
afirmativa de que “Falta céu e amor na sua poesia”. Alguns de seus melhores
poemas (“Versículos de Sulamita”, “Esse perfume”) e versos (por exemplo: “Tarde de
olhos azuis e de seios morenos”) são justamente os que envolvem a sensualidade amorosa. J.G. Merquior,
por isso, afirmou que “Perneta é antes de tudo um bom lírico erótico”. Se isso for verdade, como
aceitar que falta vida à poesia de EP? O que há de mais vital do que o
amor e o sexo? Aliás, Nestor Vítor já salientara esse aspecto da poesia do
autor de “Ilusão”. Nesse particular, ele se distinguiria de seu (nosso) amado
Baudelaire, que muito o influenciou, pelo caráter ardente e tropical – bem
brasileiro, portanto – de seus versos lírico-eróticos. Assim, pelo menos esse
tipo de abordagem EP acrescentou ao simbolismo francês ... ao contrário do que afirma Dalton, para quem foi
nula a contribuição de EP ao simbolismo, “apenas transportando para a nossa
língua o figurino da escola”.
Também Tasso da Silveira e Wilson Martins, como vimos, enfatizaram a
contribuição pessoal de EP ao simbolismo.
A crítica de Dalton dá pouca
importância ao modo como EP se expressa nos poemas. Para alguns poetas, como
Paulo Leminski, essa questão é fundamental. Lembremo-nos da sua definição de
poesia: “a liberdade da minha linguagem”. E como é a linguagem de EP? Como vimos, ela pode
apresentar-se como simbolista/nefelibata ou linguagem que usa um português
arcaico ou linguagem religiosa, semelhante à de uma ladainha, ou linguagem
direta, espontânea (chegando a ser até coloquial, algumas vezes)... Apesar de
usar as formas fixas e os versos metrificados e rimados (mas adotando,
liberdades formais, para adequar-se às suas necessidades estéticas) é uma
linguagem musical, que prefere buscar o seu próprio ritmo a ajustar-se
rigidamente aos padrões da versificação. Não faz somente o uso instrumental das
palavras, para expressar as suas metáforas e comparações. Faz também uso
estético dos fonemas que compõem as palavras, como é o caso do uso dos sons
sibilantes em “Solidão”. Além disso, emprega frequentemente a sinestesia
(evocação de impressões sensoriais), o que contribui para dar aos seus versos
um caráter bastante pessoal.
Dalton, embora reconheça a “suficiência
de sua expressão melódica”, critica-lhe a inspiração, qualificando-a de “rasa”. De fato, a
inspiração de EP, muitas vezes, emprega imagens pouco originais, de uso
corriqueiro (exs: oposição estrelas x lodo; identificação da flor com a mulher,
ou algo delicado, refinado; de subir a montanha com a elevação espiritual; de
embarcar com viajar pelo mar ou morrer; de sol com o espírito superior ou Deus;
da luz com o plano superior do espírito etc). Mas essas imagens devem ser
vistas apenas como ponto de partida para o desenvolvimento do poema, que pode
ser muito bem sucedido, como atestam algumas de suas melhores composições,
decorrentes daquelas imagens iniciais (“Sol”,
“Versos para embarcar”, por exemplo).
Acredito que este estudo conseguiu reunir subsídios para uma melhor avaliação
da poesia de EP quanto a esse aspecto.
Quanto a Leminski, em uma
entrevista à revista “Quem” de Curitiba (nº 21, maio de 1980), ele assim se
pronunciou sobre Dalton e sua crítica a EP:
A primeira
coisa que Dalton fez, quando surgiu no cenário literário curitibano, foi atacar
a marca líder, como se diz em propaganda, que era Emiliano Perneta /.../ Agora,
Dalton estava errado. Emiliano é um grande poeta. Pode ser que eu esteja
errado” 24
E
assim retornamos ao ponto de partida da nossa jornada!
*
Para concluir, gostaria de
indicar quais são, do meu ponto de vista, os melhores poemas de EP, dentre os 137
que integram “Ilusão”, “Pena de Talião” e “Setembro” (os melhores versos já
foram indicados ao longo do estudo).
Menciono também o motivo principal para tal escolha.
Acredito que esses poemas, além das
considerações anteriormente expostas, justificam a minha opinião de que EP está
longe de ser um “poeta medíocre”. Trata-se de um bom poeta, não certamente dos
maiores que a literatura brasileira produziu, mas um bom poeta, que pode ser
lido e apreciado pelo leitor deste tempo, que não é o tempo de EP, mas guarda
com o dele semelhanças naquilo que é essencial -- a condição humana, objeto
principal da sua expressão poética refinada.
Melhores poemas de “ILUSÃO”:
Título/ Justificação/ Tema
-“Vozes”
(soneto)/ pela sugestão de mistério (do mundo, da condião humana) / ilusão x
realidade
-“Salomão”
(soneto)/ pela comparação do poeta com o personagem bíblico, pela imagem final / o poeta
-“Vencidos”
(soneto)/ pelo confronto entre “nós” (os poetas) e os “grandes” (são todos
vencidos pela sorte)/ a condição humana e do artista (a desigualdade social)
-“Iguaçu”
(soneto)/ pelos dois tercetos (comparação do rio com um cão)/ a natureza
(paisagem local)
-“Esse perfume”
(soneto)/pela sensualidade erótica/ amor sensual
-“Para ela”
(soneto)/ pela imagem impressiva (funâmbulo,após a queda, no chão, num lago de
sangue) / amor sensual
-“Solidão”
(dísticos)/ pelo tratamento formal (sons sibilantes, belos versos: “Nós fugiremos,
pombos ideais,/ Longe destes abutres e chacais”)/ elogio da solidão
-“Solidão” I
(soneto)/ pela vinculação à tradição da poesia portuguesa, pelo sabor lusitano /
elogio da vida simples de aldeia
-“Solidão”
II (soneto)/ pelo amor à gente simples, pela
simplicidade também dos versos/ elogio
da visa simples, entre os pobres e humildes
-“Solidão”
III (soneto)/ pelo confronto entre a condição do poeta e a do velhinho que nada
tem, nem ilusão/ elogio da pobreza, inclusive de espírito
-“Solidão” IV (soneto)/ pela imagem do
lavrador em casa, no final do dia de trabalho, a “consciência em paz”/ elogio
da vida simples
-“Solidão” V (soneto)/ pela concepção plástica (poeta na
torre, entre escombros, em combate com os bárbaros, no cimo como um Rei)/ elogio da torre de
marfim
-“Sol d’inverno” (quadras)
/ pelas imagens associadas ao Sol, e relacionadas ao doente d’hospital/
elogio ao Sol
-“Nox” (quadras)/
pelas imagens associadas à noite, comparada a uma jovem sensual/ a noite
-“Mors” (18 versos)/ pelo tratamento
doméstico dado à morte/ a morte
-“Versículos de
Sulamita” (quadra) / pelo modo como
foi reelaborada a passagem bíblica/ amor sensual
-“Um violão que
chora...” -I (quadras) / pela vinculação à tradição da poesia portuguesa,
pelo português arcaico/ amor
-“Um violão que
chora...”-II (quadras)/ pelo mesmo motivo; pela linguagem: quando a amada vier,
talvez não mais encontre o poeta/ amor
-“Um violão que
chora...”-III (estrofes de 8 versos)/pelo mesmo motivo; pelo uso da sinédoque: mão, unha/ amor
-“Baucis e
Filemon” (versos rimados
dois a dois, exceto no final)/ pelo modo como elaborou o conto mitológico, pelas imagens sinestésicas
associadas à tarde/ a morte
-“Azar”
(dísticos)/ pelo tratamento expressionista do tema, pelo mistério/ o azar, a
má- sorte, o mistério
-“Cavaleiro” (quadras) / pelo
ritmo adequado, pelo simbolismo/ a juventude
sonhadora,
a passagem do tempo
-“Versos para
embarcar” (quadras)/ pela divagação onírica (descrição de “lá”)/ desejo de
evasão (do tédio)
-“A fome de Erisicton” (quadras)/ pela reelaboração do conto mitológico, e simbolismo /
o artista (sua
fome de beleza)
-“Sombra”
(versos rimados dois a dois)/ pela
ternura do poeta face à amada morta, pelo aproveitamento de tema mitológico (a
alma habita o Orco, e a ele retorna)/
amor & morte
-“Tristeza”
(quadras) / pela delicadeza das referências
ao passarinho e
seu canto, relacionadas à tristeza
do poeta/ a tristeza ou homem x natureza
-“Durante uma
enfermidade” (dísticos)/ pelo tratamento dado ao tema (cf papel do canto do sabiá)/ a
alegria pelo canto do pássaro ou homem x natureza
-“Para os que se
amam” (quadras)/ pelo tratamento dado, pelo
último verso/ elogio do amor na juventude
-“Para que todos
que eu amo sejam felizes” (quadras)/ pela espontaneidade, sinceridade dos
versos/ amor ao próximo
-“Adultério de Juno” (quadras)/ pela reelaboração do conto
mitológico/ amor sensual
-“Sol”
(versos rimados dois a dois)/ pelo tratamento panteísta, animista/ a natureza,
elogio do Sol
Melhores poemas
de “SETEMBRO”:
-“Setembro”
(dísticos)/ pela simplicidade, espontaneidade dos versos (“Vestido de
algodão,com o meu chapéu de
palha,/Eu vi quanto era bom um homem que trabalha”)/ elogio da natureza, da
primavera
-“A felicidade”
(soneto)/ pela espontaneidade e sinceridade dos versos/ amor ou passagem do tempo
-“Numa hora de
dor” (tercetos)/ pela atitude resignada perante a morte (“Quando tiver
que vir que venha” etc)/ a morte
-“Última volúpia” (quadras)/ pela imagem
impressiva (isolar-se na
natureza, como os animais,
na hora de morrer)/ a morte
-“Palavras a um recém - nascido” (dísticos) / pela reflexão sobre
a condição humana/
a vida
-“Creio!”
(soneto)/ pela sinceridade dos versos/ crença em Deus
-“Por Maria”
(quadras)/ pela sinceridade dos versos, conforme a visão de mundo de EP/ oração
por Maria)
-“Oração da
noite” (quadras)/ pela concepção plástica (anoitecer/ filha rezando/ estrelas),
pela oração na catedral da Natureza/ oração
Obs.: - 39 poemas escolhidos, sendo 31 de “Ilusão”
e 8 de “Setembro”
-Quanto ao primeiro livro, “MÚSICAS”, minha escolha
recai no soneto “Papéis velhos”. Justificação: pelo modo particular como
o poeta sentiu a passagem do tempo. Tema: passagem do tempo (v. “Anexos”)
-Quanto aos “ESPARSOS”, recolhidos em “Ilusão & outros
poemas” (edição da col. Farol do Saber), escolho o soneto “Inexprimível” (transcrito neste estudo). Justificação: pela
comparação do poeta com o mar, e pelas sugestões do 2º quarteto. Tema:
dificuldade do poeta em expressar o essencial
Notas ao capítulo 5
1 PILOTTO,
Erasmo- “Emiliano”. Curitiba, Gerpa, 1945
2
CARPEAUX, Otto Maria – “Pequena Bibliografia Crítica da Literatura Brasileira”-
Rio de Janeiro, Ediouro, s/data, p. 219
3 BANDEIRA,
Manuel – “Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Simbolista”- Rio de Janeiro,
Edições de Ouro, 1965, p. 13
4 MURICY,
Andrade—“Emiliano Pernetta”. Rio de Janeiro, 1919, p.40
5
GRIECO, Agrippino- “Evolução da Poesia Brasileira”, 3a. ed. rev.,
Rio de Janeiro, ed. José Olympio, 1947) (1a. ed: 1932)
6 VÍTOR,
Nestor -- “Obra Crítica”- v.I, Ministério da Educação e Cultura/Fundação Casa
de Rui Barbosa, 1969, p. 431
7
VÍTOR, Nestor – “Obra Crítica”- v.III, Rio de Janeiro, Fundação Casa de Rui
Barbosa/ Curitiba, Secretaria de Estado da Cultura e do Esporte, 1979- pp.53-55
8 MURICY,
Andrade -- “Panorama do Movimento Simbolista Brasileiro”- Rio de Janeiro,
Instituto Nacional do Livro,1952, v.I, pp.220-222)
9 MURICY, Andrade -- “A Literatura no Brasil”-
dir. Afrânio Coutinho- 2a ed., v. IV, Rio de Janeiro, Ed. Sul
Americana, 1969, p.135
10 SILVEIRA,
Tasso da -- “A Igreja Silenciosa”, Rio
de Janeiro, Anuário do Brasil, 1922, pp. 107-108
11 SILVEIRA, Tasso da -- “A
Igreja ..., op. cit., pp.134-135
12 SILVEIRA,
Tasso da -- introdução ao vol. II das “Poesias Completas de Emiliano Perneta”,
Rio de Janeiro, ed. Zélio Valverde, 1945, p. II
13 LINHARES,
Temístocles -- “Interrogações”- 3a. série. Rio de Janeiro, Livraria
São José, 1966
14 “A
Folha”, Rio de Janeiro, 16-4-1920 (apud “Emiliano Perneta”, col. Nossos Clássicos
nº 43, 2a ed., Rio de
Janeiro, Agir, 1966, p. 94)
15 RAMOS, Péricles Eugênio da Silva
– “Poesia Simbolista. Antologia”- São Paulo, Melhoramentos, 1965, p.116
16 MOISÉS,
Massaud – “A Literatura Brasileira- v. IV- O Simbolismo”- 2a. ed., São
Paulo, Ed. Cultrix, 1967, p.136
17
MOISÉS, Massaud – “A Literatura...”, op. cit,, p. 137
18
MOISÉS, Massaud – “A Literatura...”, op. cit., p. 140
19
BOSI, Alfredo -- “História Concisa da Literatura
Brasileira”, 3a. ed., São Paulo, Ed. Cultrix, 1987, p.318 (1a.
edição: 1972)
20
MARTINS, Wilson -- “História da Inteligência
Brasileira”, v.V (1897-1914)- 2a. ed., São Paulo, T. A. Queiroz,
Editor, 1996, pp.471-472 (1a.
ed: 1977-8)
21
MERQUIOR, José Guilherme -- “De Anchieta a Euclides:
breve história da literatura brasileira”-I ,3a. ed., Rio de Janeiro,
Topbooks, 1996, pp. 190-191
22
Introdução de Cassiana Lacerda Carollo a “Ilusão &
outros poemas”. Curitiba, Prefeitura Municipal, 1996 (col. Farol do Saber)
23
SILVEIRA , Tasso da – “Emiliano, poeta de evasão” in
“Letras”, Curitiba, Universidade
Federal do Paraná (15): 3-7, 1966, p. 5
24
Agradeço a Ivan Justen Santana a informação sobre essa
entrevista de Leminski.
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